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Estratégias de Gameficação em RH

Foto do escritor: Henrique Augusto Pires RezendeHenrique Augusto Pires Rezende

Em vários momentos, o desenho pode ajudar a compreender o todo – ou boa parte do caminho para se chegar ao todo. Seja em um treinamento, uma reunião de projeto, no planejamento de um evento, visualizar os elementos dentro de um cenário contribui para o exercício (e alinhamento) de diferentes perspectivas e possibilidades.



Muito se fala em colaboratividade hoje em dia, da soma de atuações individuais dentro de um coletivo (seja um grupo informal, empresa ou empreendimento), do exercício da empatia, da força do “juntos somos mais fortes e chegamos mais longe” – ainda que sozinhos, às vezes, tenhamos mais velocidade. No entanto, muitas pessoas precisam do impulso da competição para ‘darem o melhor de si’ – mesmo que seja com suas próprias marcas e recordes, como quem precisa superar a si mesmo(a). A sensação de ‘ter algo em jogo’ – literalmente –, de superar fases e limites, de conquistar novas ferramentas e poderes, de ser o(a) vitorioso(a) – ainda que seja ‘apenas um jogo’ – é estimulante para muita gente.


É nesse lugar que a chamada gameficação atua, aplicando estratégias de jogos em atividades corporativas, com a proposta de engajar (mais) pessoas em diferentes atividades. Cada jogo tem um objetivo, regras próprias e obstáculos a serem superados – e pode haver ‘recompensas’ virtuais ou reais pelos melhores desempenhos.


Para além das pontuações, prêmios e reconhecimento público, é importante cuidar de outros resultados: qual(is) aprendizado(s) o jogo proporciona? Que comportamentos incentiva? Quais aspectos emocionais são esperados para se observar/trabalhar?


Qual é a história do game? Quem são o(a)s personagens? Qual a relação entre cooperação e competição? O(a)s participantes precisam atuar individual ou coletivamente, em equipes, para superar os desafios? Há opções de tarefas para diferentes perfis e habilidades? As pessoas podem se revezar e/ou se ajudar, trocar informações e conhecimentos? Como o desempenho dentro do jogo pode ser associado ao desempenho na ‘vida real’ – e como esse feedback é apresentado a cada pessoa?


Eis, talvez, o ponto mais sensível e importante a se observar: o que e como se transpõe os resultados e aprendizados da gameficação para a vida real?


A comunicação entre o(a)s colaboradore(a)s melhorou? Estão mais motivado(a)s e autoconfiantes? Mais engajado(a)s e motivado(a)s em suas áreas e atividades? É perceptível o aumento (ou desenvolvimento) de soft skills como criatividade, socialização, foco, resiliência?


Na área de recursos humanos, o uso de jogos pode contribuir para tornar a fase do onboarding – chegada e integração de novo(a)s colaboradore(a)s – mais integrativa, especialmente quando o processo é todo remoto, às vezes feito à distância entre diferentes cidades e países. E os treinamentos corporativos podem ser mais dinâmicos e, talvez, mais convidativos (sim, menos ‘enfadonhos’) – principalmente para as gerações mais novas. Até porque temos uma questão geracional nas empresas, com novos e variados perfis de profissionais e outros jeitos de se trabalhar. Os millenials, da geração Y (quem nasceu entre 1980 e 2000) e os centennials, da geração Z (quem chegou ao mundo a partir de 2000), são totalmente familiarizados com as tecnologias e “naturalmente conectados” em um mundo ‘globalizado e sem fronteiras’.


Observar e concatenar com sabedoria essas diferenças geracionais-pessoais-profissionais pode significar uma boa economia de tempo e recursos. As novas gerações, de um modo geral, funcionam na agilidade – de busca/atualização de conhecimento, de feedback/reconhecimento de qualidades e do que podem aprimorar, de novas tecnologias que dinamizem processos. Prezam mais as relações de liderança, em ambientes modernos e formatos flexíveis de trabalho do que garantias de estabilidade com modelos de chefia autoritária.


Por outro lado, a geração X (nascidos entre 1960 e 1970) e os chamados ‘baby boomers’ (quem chegou entre 1940 e 1960) podem trazer à tona valores e habilidades que começam a faltar principalmente na geração Z (nascidos a partir dos anos 90): paciência (especialmente com as pessoas mais velhas que têm dificuldades com a tecnologia ou algum equipamento eletrônico), tolerância, respeito, trabalho em equipe – fundamentais para o bom convívio e atuação dentro de uma empresa ou empreendimento. Por mais talentosa e genial que seja uma pessoa, em algum momento será preciso interagir com outra(s) – e pode ser alguém que decida se o(a) avatar continua ou sai do jogo. Na diversidade, todos aprendem. E nós, como Humanidade, ainda precisamos passar de ano nessa matéria: deixar de lado o melhor x pior e aceitar que somos todos diferentes, mas estamos no mesmo barco.


Talvez o segredo de tudo seja o equilíbrio: entre o indivíduo e o coletivo, o ego e o altruísmo, a ordem e o caos criativo – o antigo e o novo.


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