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Foto do escritorHenrique Augusto Pires Rezende

O que é comunicação assertiva?



“Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo” (Alejandro Jodorowsky, escritor e cineasta chileno).


Complicado? Sim. E simples também. Então, como resolvemos?

A comunicação humana, nos tempos atuais, na maioria das vezes baseia-se nas palavras ditas e escritas – agora ‘visualizadas’ também. Clareza no texto e no que se quer comunicar é imprescindível. Experimente escrever em um rascunho ou notes antes de enviar, leia em voz alta para si mesmo(a) – esse exercício é importante, a gente se ouvir proporciona uma outra percepção ao cérebro, diferente de apenas ler mentalmente; se quiser, se for possível e de tal relevância, leia para alguma outra pessoa e veja se/o que ela entendeu – feedbacks são bons pra gente se situar na ‘entrega’ da mensagem. Expressar-se com propriedade, mas preferencialmente de um jeito simples, que qualquer um(a) possa entender, é a chave.


Mas não basta falar ou escrever corretamente (na língua portuguesa, por exemplo), evitando erros gramaticais, lapsos de concordância, redundâncias e gerúndios prolixos. Claro que isso ajuda bastante, mas a comunicação humana vai além da alfabetização, da boa escrita e oratória – e o quanto antes as personas corporativas, sociais, intelectuais compreenderem isso, mais tempo de desentendimentos economizarão. Há outros fatores que influenciam na boa comunicabilidade ‘ao vivo e em cores’ – podem parecer óbvias, mas reflita quanto disso você tem praticado diariamente em suas relações profissionais e pessoais:


• olhar nos olhos, com verdadeira disposição em ouvir a mensagem (lembre-se: ouvir não significa concordar ou aceitar, por enquanto é apenas uma escuta)

• guardar o celular ou deixá-lo de lado e avisar caso esteja esperando uma mensagem ou ligação;

• prestar atenção, mesmo que considere o assunto ou a pessoa muito chata(o) – lembre-se de exercer a empatia;

• escutar com presença (estar presente fisicamente não significa que esteja escutando ativamente), sem interromper quem está falando;

• (tentar) ouvir sem julgar e condenar (tanto) – eis uma boa oportunidade para praticar a empatia;

• falar com calma e clareza, sem rodeios nem excessos, da forma mais simples que conseguir; • perceber as expressões faciais e corporais (suas e da outra pessoa), se há sinais de algum sentimento ou emoção contida ‘pairando no ar’ – às vezes é uma deixa para fazer uma pausa ou redirecionar a conversa;

• checar o que a outra pessoa entendeu – reforçamos aqui que nem sempre o que é óbvio pra nós é tão claro para todo(a)s e vice-versa.


Muita gente se sente mais à vontade ao escrever uma mensagem do que ligar ou falar pessoalmente, por vergonha/timidez ou preguiça em lidar com o(a) outro(a). Facilidades tecnológicas à parte, sim, há uma certa preguiça coletiva em interagir, seja sob o baluarte da praticidade (gasta-se menos tempo e a mensagem fica ali gravada pra futuras consultas, caso seja necessário) ou no pique do coelho de Alice no país das Maravilhas, sempre com pressa mesmo sem saber porquê. No entanto, não há aqui o ‘tom de voz’ e o jeito de falar, é uma incógnita saber como quem está do outro lado vai receber suas palavras.

A mensagem em áudio, nesses casos, pode ajudar – é rápida (a não ser que você seja do tipo mais prolixo pra falar), permite modulação do tom de voz e a opção de gravar/apagar/regravar.


Tudo tem suas vantagens e desvantagens. No caso das mensagens escritas ou em áudio, lembre-se de que elas ficam gravadas e podem ser usadas para ‘refrescar sua memória’ em algum outro momento. Então, não escreva ou diga algo de que possa se arrepender depois – aliás, levemos isso para a vida. Se considerar que cada mensagem é (mais) uma oportunidade para praticar a empatia e a comunicação assertiva, talvez a sensação de ‘perda de tempo’ abra espaço para ‘investimento na tecnologia humana’.


Já na conversa ‘ao vivo’, o que é dito não fica gravado (a não ser que seja um evento ou haja um combinado), mas você tem uma série de vantagens para expressar o que quer/precisa: suas expressões faciais e corporais, a modulação do seu tom de voz, o jeito de falar e a possibilidade de mudar o que está sendo dito conforme sua percepção do momento e da(s) pessoa(s). Se, por exemplo, for realizar uma apresentação corporativa, vale treinar em frente ao espelho e até filmar pra assistir depois – como o(a)s treinadore(a)s fazem com o(a)s atletas.


Não estamos sugerindo que seja artificial em algo que deve ser natural. O foco aqui é encontrar – dentro de você – a melhor forma de se comunicar com o mundo exterior, para que seja cada vez mais bem compreendido(a).


Talvez um dos maiores desafios nas formas de se relacionar seja parar de querer convencer o(a) outro(a) a qualquer custo – parar de querer que pense exatamente como nós. Ainda que seja uma interação comercial, de venda. Estamos em 2022 e as pessoas, de um modo geral, estão exaustas de tanta informação imposta, pressão psicológica e violência de todos os gêneros, virtuais e reais.


Lembre-se: ‘less is more’ (menos é mais). Quando sua mensagem for bem entregue, você vai saber.

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